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Mostrando postagens de abril, 2010

SOBRE MESTRE BIMBA E A LUTA REGIONAL BAIANA (CAPOEIRA REGIONAL)

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MESTRE BIMBA Trabalho para a Semana da Cultura Bantus Capoeira Patrícia C. Luce Leandro Couri 1- Introdução. A criação da Luta Regional Baiana teve o intuito de mesclar as raízes da capoeira angola, que até então nem possuía essa diferenciação, com acrobacias e golpes de outras artes marciais. Das seqüências e dos toques de berimbau criados por mestre Bimba fez-se a Luta Regional Baiana (LRB), que posteriormente foi popularizada sob o nome de capoeira regional. Para mestre Bimba, seu maior idealizador, o diferencial da LRB era a sua seqüência de ensino, onde se passava ao calouro movimentos básicos para a prática da capoeira e, também, incutia a noção de parceria, de autoconfiança e de esquiva. Dentre as várias “leis” imbutidas nesse estilo de luta-arte está o toque e o jogo de iúna. Do toque sem canto e sem palmas, onde o berimbau é acompanhado por dois pandeiros de couro e do jogo, que prima pela plasticidade dos movimentos e do controle neuro-corporal dos capoeiristas, a

SOBRE O MACULELÊ

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1- INTRODUÇÃO Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, cidade marcada pelo verde dos canaviais, é terra rica em manifestações da cultura popular de herança africana. Além da capoeira, foi também o palco de surgimento do maculelê, dança de forte expressão dramática, destinada a participantes do sexo masculino, que dançam em grupo, batendo as grimas (bastões) ao ritmo dos atabaques e ao som de cânticos que mesclam línguas africanas, indígenas e a portuguesa. Era o ponto alto dos folguedos populares, nas celebrações profanas locais, comemorativas do dia de Nossa Senhora da Purificação (2 de fevereiro), a santa padroeira da cidade. Dentre todos os folguedos de Santo Amaro, o maculelê era o mais contagiante, pelo ritmo vibrante e riqueza de cores. O objetivo deste trabalho é dar uma visão do que é o maculêle, incentivando à pesquisa, para que possamos entender melhor os fundamentos desta manifestação cultural de matriz africana – que é mais uma forma de resistência da cultura n

ETNOMUSICOLOGIA - RITMOS AFRICANOS

Apesar deste texto não ser meu, publico aqui no Blog porque foi utilizado na realização de pesquisa para o Grupo Bantus Capoeira sobre ritmos africanos. Assim, além de ser um texto muito interessante enfocando aspectos de Etnomusicologia, também apontou para novas perspectivas no estudo dos ritmos da capoeira. Texto: CARVALHO, José Jorge de. A Tradição Musical Iorubá no Brasil: Um Cristal que se Oculta e Revela. 2003. Introdução Recentes pesquisas no campo da etnomusicologia em países africanos enfocam profundamente o universo das canções e o da linguagem. Estudos insistem nesse ponto de que não há nenhuma música na África que não esteja de algum modo enraizada na fala. Chernoff (1979 :75) enfatizava que a música africana era derivada da linguagem. Em sua obra sobre a música dos Ewe de Gana – Kofi Àgàwú (1995, 65) estuda os ritmos da linguagem falada, delineando as formas musicais intrínsecas da linguagem em movimento, marcadas pela simultaneidade do fazer. Na arte de